REDE MUNICIPAL DE ENSINO ABRE NEGOCIAÇÃO COM PREFEITURA

Professoras da Rede Municipal de Ensino de Poço Fundo se posicionaram, nesta quinta-feira (29), diante da Prefeitura para conseguir uma audiência com o Prefeito Beto Gouvêa. Elas solicitavam abertura de uma mesa de negociações com vistas a um aumento real dos seus vencimentos, com base na lei que determina o Piso Salarial Nacional para o magistério.

O inicio do movimento, que contou com participação também de mães de alunos da Escola Municipal Carlito Ferreira, se deu por volta do meio-dia, e alcançou, pelo menos em parte, seu objetivo. Beto se encontrou com as profissionais e ouviu as reivindicações. Ele prometeu fazer estudos para tentar mudar a situação atual.

Segundo as Educadoras, a paralisação temporária e a manifestação pacífica diante do Paço Municipal se deu porque outras iniciativas para contato com o Poder Executivo foram infrutíferas. "Tentamos marcar reuniões, enviamos ofício, mas não tivemos resposta. Então não nos restou outra alternativa senão paralisar as atividades para chamar a atenção das autoridades e forçar pelo menos uma abertura de discussão", disse a professora Sirlene Pereira, uma das líderes do movimento.

Caso não houvesse acordo, uma greve seria iniciada na próxima segunda-feira, sem prazo para término.

Após alguns desencontros e frias recepções por parte de outros funcionários da Prefeitura, as professoras receberam a informação de que poderiam protocolar um oficio, com sugestões de datas para escolha por parte do prefeito. No entanto, a própria Sirlene conseguiu conversar com Beto, antes de entregar o ofício, e ele chamou todas as que compunham o grupo para uma reunião em seu gabinete, juntamente com a Secretária de Educação Municipal, Eusa Araújo.

Após explanações das profissionais, especialmente quanto ao Piso Municipal (de pouco mais de R$ 518 aos professores que ainda não tem curso superior), bem abaixo do especificado pelo Governo Federal (de R$ 1312), Beto prometeu fazer novos estudos quanto aos gastos com Pessoal na Prefeitura, e uma nova reunião foi marcada para o dia 10 de maio (segunda-feira). "Todos sabem que jamais vou querer entrar numa briga com as professoras, que sempre respeitei e valorizei. Pra falar a verdade, tenho medo de não dar a resposta que se espera na próxima reunião, mas pelo menos vamos tentar fazer algo. Depois, veremos", disse o prefeito.
Por conta deste acordo, o inicio da greve foi suspenso, pelo menos até a data do novo encontro. Até lá, os trabalhos continuam normalmente nas escolas municipais. "Esta era, inicialmente, a nossa principal meta: conversar! Quando nos sentamos, de maneira civilizada, e trocamos idéias, surgem pelo menos alternativas concretas e viáveis para uma análise", disse a professora Sirlene.